sábado, 25 de setembro de 2010

A Missão de Zod

Uma vez, num reino muito distante há muito tempo atrás. Numa terra de castelos e reinos, onde os monarcas governavam os seus feudos. Onde os lordes e senhores prestam seus exércitos perante o rei maior. Ali era o maior reino.


São dois os reis mais fortes perante aquela terra. O primeiro governa desde os picos das montanhas altas, até os pontos mais baixos dos planaltos. O segundo governava todas as planícies, vales e as profundezas de mares. Pelo menos estas eram as faixas predominantes. Um ou outro vale era governado pelo primeiro rei, assim como algumas montanhas e colinas, pertenciam ao segundo.

O primeiro rei se chamava Julian, governava com sabedoria e com igualdade. Embora seu regime fosse de Monarquia, era justo e aplicava bem os impostos dos cidadãos. Todos os plebeus se sentiam acolhidos no reino do mestre Julian. Claro que ali no centro do reino tudo funcionava perfeitamente. Mas como já foi dito o reino é grande e da metade dos condados até as marcas, as coisas não funcionavam tão perfeitamente assim. Julian nomeara muitos Condes, Arquiduques, Duques e Marqueses para governar suas vastas terras e o representar. Mas nem todos assim o faziam.

O segundo maior rei, governava pela opressão. Seu nome era Toldor. Ele tinha muitos filhos que governavam grandes faixas de sua terra com igual fervor. Naquele reino os povos sofriam muito, mas a lei era o poder. Ali, com artimanhas e truques, você poderia ocupar altos postos e se tornar um bom líder. Por isso muitos continuavam ali. Pela falsa esperança de um dia se tornar um soberano.

Julian já era de idade avançada e estava emérito de seu cargo. Todos os demais reis prostravam-se diante dele, e reconheciam o teu poder. Inclusive alguns dizem que Toldor era filho de Julian e se voltou contra o pai, formando o segundo maior reino. Toldor na verdade era o segundo filho, o primeiro é o atual rei Hélius atual governante e representante de Julian em seu reino.

Toldor se volta contra Julian por ciúmes de Hélius e declara guerra ao pai. Acaba formando um grande reino com os soldados mais poderosos de toda a Terra. A primeira batalha contra Julian foi perdida, graças ao maior número de soldados do mesmo. Hélius conseguiu render seu irmão e o expulsou para um lugar muito longe.

Acredita-se que Julian tem muitos séculos de vida e ainda tem certo vigor, embora deixou seu reino nas mãos de seu filho Hélius que plebeus dizem ter um pouco mais de um século, com aparência de 60 anos.

Hélius é um homem de 77 filhos. Um deles é Zod. Este é um dos mais novos. A casa de Hélius é muito grande e lá há muitos dormitórios. Até os servos são tratados com igual respeito. A riqueza e abundância de recursos se mostravam lógicas.

Zod é uma pessoa de muitos medos, mas desde cedo aprendeu a minimizar suas fraquezas e maximizar suas qualidades. Sendo aparentemente um homem perfeito. Era um guerreiro confiante, e isso muitas vezes pesava negativamente. Acontecesse que sua personalidade era muito forte e bateu de frente com seu pai por várias vezes. Na última delas, os dois brigaram feio e Zod pegou suas coisas e se retirou, para viver como guerreiro errante.

Zod era um jovem sonhador. Ele pensava dar a volta por cima e construir sua vida sem depender do pai. Para isso ele precisaria se tornar um bom cavaleiro e investiu seu tempo em treinamentos. Vários grandes mestres da arte da guerra o ensinaram sem cobrar nada, visto que ele era filho do rei. De fato se tornou um cavaleiro excepcional e seu nome foi falado ao pai. Mas em troca do rígido treinamento e de técnicas mais apuradas de guerra, ele teve que deixar de lado, muito dos ensinamentos ensinados na casa do pai.

Zod tinha muitos amigos e muitas riquezas. Eles bebiam juntos, se divertiam juntos e lutavam juntos. Ganharam muitas batalhas e fizeram muitas coisas boas. Descansou na grande árvore até os demais companheiros chegarem para partirem para mais aventuras. Foram sim momentos felizes, mas que se foram juntamente com o ouro e os amigos.

O jovem guerreiro era muito orgulhoso. Mesmo sem os amigos e recursos ele continuou a combater sozinho e a ajudar as pessoas. Ele conheceu quão cruel era a vida do povo nos limites do reino longe da casa de seu pai.

Um dia ele caiu na miséria e perdera toda a dignidade. Não era mais conhecido como filho do Rei. Ele já estava arrependido da briga com o pai e não guardava mais mágoa. O pai também já tinha perdoado o filho em seu coração e já sentia muita saudade. Mas Zod tinha vergonha de voltar à casa do pai, e lhe pedir perdão e também tinha medo de que o pai não lhe perdoasse, e tentou se reerguer sozinho.

O garoto era cheio de fibra e garra, puxara o pai. Além de tudo era um nobre. Ele conseguiu seguir sua vida. Caiu muitas vezes em duelo diante de guerreiros mais fortes, mas ele sempre procurou levantar-se. Até que numa de suas derrotas, estava ele na miséria, trabalhando para um fazendeiro para levantar algum recurso para continuar sua vida.

Num daqueles dias de trabalho duro, o sol não perdoava a ninguém e Zod passou mal caindo na fazenda. O fazendeiro cuidou dele, até o jovem se reabilitar e o perguntou:

- Por que não escreves ao teu pai? Esta não é vida para você meu lorde.

- É isto que vou fazer. Escreverei ao meu pai. Ele há de me aceitar, mesmo que seja para trabalhar como um escravo.

E foi isto que lorde Zod fez. Ele escreveu uma carta ao pai, dizendo que estava arrependido e queria o seu perdão. Que estava disposto a voltar e só queria estar junto dele se ele o aceitasse de volta e esquecesse o passado. Ele marcou um dia na carta para encontrar seu pai, mas estava com medo. Não sabia se o pai de fato o perdoaria e o aceitaria de volta. Então ele explicitou na carta:

- Se o senhor me perdoa, coloque uma fita vermelha no grande carvalho que fica em frente ao seu palácio, que assim saberei e entrarei em sua morada.

Este era o acordo. Se quando chegasse não encontrasse a fita no carvalho, significa que não estava perdoado e nem se atreveria a bater na mansão. Passaram-se os dias e o jovem estava impaciente e aflito. No dia marcado ele estava receoso em voltar a sua cidade, mas uma pessoa o ajudou e o levou até lá.

Chegando lá caminhou em direção a sua casa, e quão grande foi sua surpresa ao ver que desde a esquina, por toda a rua, até o grande carvalho, estava tudo decorado com fitas vermelhas. Zod naquele momento correu em direção a casa de Hélius seu pai. Um pouco antes de chegar ao portão, viu seu avô Julian, que ao ver seu neto, saiu ao seu encontro e lhe deu um forte abraço. O guerreiro continuou e viu seu pai esperando na porta de casa. E nem precisou entrar na morada para receber o abraço de perdão. A reconciliação se fez.

Foi um dia de grande festa e todos no palácio estavam felizes. Zod chorava de emoção, pois não imaginava que seria tão simples e tão bom voltar a falar com Hélius seu pai. Seu pai o disse:

- Nada mais importa filho meu, pois meu amor por você é maior que tudo.

Caiu a noite e Zod percebeu que alguns de seus irmãos não estavam em casa e foi perguntar a seu pai, o motivo da ausência. E o Rei Hélius respondeu:

- Meu filho, a verdade é que te dei grande festa e te estou reabilitando agora te dando novas e mais poderosas armaduras, cavalo e escudos, juntamente com novas armas é claro. Por que estamos sem tempo e algumas Marcas (faixa de terra governada pelos marqueses, nas divisas dos reinos) já caíram e a tropa de Toldor se aproxima. Alguns de seus irmãos foram combater com suas tropas em meu nome e também tentar salvar os plebeus, mas toda a ajuda é necessária. Por isso que te recruto de ultima hora para ajudar seus irmãos e o povo, pois não há mais tempo e precisamos vencer esta guerra. Sei que você descansou poucas horas, mas te confio esta missão em suas mãos.

O filho logo se aprontou e antes da metade da noite, já estava em ordem de batalha. Ele beijou o pai, pediu a benção a Julian, pegou suas armas e saiu, em combate pelo seu pai, seu reino e seus irmãos, bem como por todas as pessoas que viviam na Marca.



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